Quem Cumprirá a profecia? Por Pr. Élbio Menezes
Quem Cumprirá a profecia?
Profecia de 1901, indica surgimento de
influências estranhas na adoração no tempo do fim.
Quero hoje apresentar uma profecia que tem sido
objeto de minha preocupação nos últimos tempos. Foi feita por Ellen White, em
Janeiro de 1901, e entre outras coisas, faz referência ao modo de adorar de um
movimento adventista fanático que apareceu em Indiana (EUA). Eles defendiam
teoria da “Carne Santa”. Seus
participantes, achavam que na experiência do Getsêmani, Jesus obtivera uma
“carne santa”, isto é, como a de Adão antes da queda. (Grifo Nosso)
Durante os cultos, buscavam demonstrações físicas,
e desenvolviam um alto grau de excitação com o uso de diversos instrumentos
musicais (órgãos, flautas, violinos, tamborís, buzinas, e mesmo um grande
tambor baixo), em som alto e estridente. Oravam e cantavam até que alguém da
congregação caísse do assento, prostrado inconsciente. Vários reuniam-se à sua
volta, cantando e orando, e quando esta pessoa voltava a si, era dito que havia
obtido a “carne santa”, não havendo mais a possibilidade de pecar, e nunca
haveria de morrer. Dois pastores, Haskell e A.J. Breed, foram enviados à
reunião campal deles em Munice, Indiana, que ocorreu entre os dias 13 a 23 de
setembro de 1900, a fim de enfrentar o fanatismo.
Ellen G. White soube destes acontecimentos enquanto
estava na Austrália, em janeiro de 1900, e, então, recebeu orientação de Deus
quanto aos perigos destas práticas. Mas entre outras coisas que o Senhor lhe
revelou sobre o assunto, o que mais me impressiona, é a comparação que Deus faz
entre o que ocorria dentro do movimento e o que aconteceria no futuro no mundo
cristão:
“…Demonstrar-se-á tudo quanto é estranho. Haverá gritos
com tambores, músicas e dança. Os sentidos dos seres racionais ficarão tão
confundidos que não se poderá confiar neles quanto as suas decisões retas. E
isto será chamado operação do Espirito Santo”… Mensagens Escolhidas, Vol.
2, pg.36. (Grifo nosso). Um pouco antes, na mesma profecia, Ellen G. White
aponta para o tempo em que estas manifestações voltariam a aparecer,
afirmando: “o Senhor revelou-me que haviam de ter lugar imediatamente antes
da terminação da graça“. (Grifo nosso). Note bem que nesta profecia, que
foi escrita quando Ellen estava na Austrália, no ano de 1901 (mais precisamente
no dia 17 de abril), Deus lhe revelou que estas coisas aconteceriam “imediatamente
antes da terminação graça”. À semelhança do que já ocorrera em Indiana,
surgiria algo estranho, envolvendo “gritos com tambores, música e dança”.
Portanto, temos aí mais um sinal da proximidade da volta de Jesus, e precisamos
estar atentos.
Mas qual é a
preocupação de Deus com o seu povo?
Em toda a história da humanidade e do povo de Deus,
vemos a adoração como estando no centro do conflito entre o bem e o mal. A
adoração sempre foi o campo mais cobiçado de Satanás. A questão é: a quem
adorar, e como adorar.
Após a queda, junto ao Éden, foi travado o primeiro
combate sobre a maneira correta de adorar. Caim com os seus frutos, e Abel com
o seu cordeiro. Caim, adorando como a sua mente carnal, orientava; Abel
adorando como Deus havia ensinado (Gen. 4:3-8). Ao longo da história do
povo de Israel a tentação foi constante, para afastarem-se da forma correta e
do verdadeiro objeto de adoração (Deus). Chegaram ao ponto de entregar seus
filhos ao deus Moloque como ato de adoração (Jer. 32:35 e II Re 23:10).
Satanás, quando se apresentou a Cristo no deserto, pretendia até entregar o
mundo e seus habitantes de volta ao seu Dono, mas sempre à sua maneira, do seu
jeito. “Tudo te darei se prostrado me adorares”. ( Mt 4:9).
Meu querido companheiro cristão, uma das últimas
batalhas que o povo de Deus terá que enfrentar, é a de decidir a quem adorar
e como adorar. A adoração será o ponto de conflito entre o bem e o mal,
e todos os cristãos, sinceros e falsos, estarão envolvidos neste conflito. Mas
precisamos estar atentos, pois o inimigo nunca vem até nós de forma clara,
aberta, e já declarando suas intenções. Sempre virá de forma velada, escondida,
sem revelar a sua real intenção.
Querendo proteger a Igreja, Deus deixou uma
profecia alertando sobre os problemas que enfrentaria bem perto da volta de
Jesus. A profecia diz que nos cultos apareceriam “gritos com tambores,
música e dança”.
Satanás conhece o valor da música, e é por isso que
faz tanto esforço para introduzir no culto estes elementos que, ao contrário de
adorar ao Deus do céu, adoram a ele, o deus das trevas. Existem hoje músicas
que nada mais são do que gritos estridentes, que ferem a muitos que as ouvem.
Boa parte das músicas de agora não tem “tambores”, mas tem a bateria,
que leva alguns ao delírio e outros às lágrimas de tristeza; não tem “tambores”,
mas tem uma infinidade de instrumentos que são devidamente arranjados pelo
inimigo dentro de alguns play-backs (nem todos).
Meu querido irmão, nós somos restauradores e não
meros imitadores. Não surgimos para copiar o que determinadas igrejas estão
fazendo nos seus cultos, mas para restaurar a verdadeira adoração.
Quando se termina a apresentação de algumas músicas
com estas características, muitos não conseguem lembrar-se de uma frase sequer
do texto, pois a ‘gritaria’, o barulho dos instrumentos, e a
excitação dos sentimentos acabaram por ocultar a mensagem.
Minha querida Igreja, a profecia já está sendo
cumprida na integra pelo estilo de musica usado por nossos irmãos evangélicos e
está batendo de forma muito forte na porta da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Não podemos esquecer que o sonho de Satanás é acabar com as diferenças e nós
adventistas não somos melhores do que nenhuma pessoa nesta terra, mas nós temos
verdades que são diferentes de muitas outras denominações religiosas. A
profecia já está sendo cumprida no meio evangélico e em breve será cumprida em
sua igreja?
Lembre-se que Cristo disse que as profecias teriam
que ser cumpridas, mas ai de quem a cumprir. Jesus disse que os escândalos
viriam, mas “ai” daqueles por quem vierem (Lc 17:1). Esta forma
errada de adoração seria introduzida nos cultos, mas ai daqueles que a
introduzissem. Este “ai”, foi pronunciado pelo dono da Igreja, Jesus
Cristo.
O que me choca é que muitos hoje, não estão
querendo enxergar o que de fato estão vendo, e outros, simplesmente não estão
percebendo nada, ou melhor, não vêem mal nenhum neste tipo de música. Alguns
chegam a dizer que os tempos mudaram, e que os jovens precisam de algo mais
alegre. É verdade os tempos mudaram, mas estas mudanças não são,
infelizmente, produzidas por Deus (Rom. 12:2). Não estou combatendo
a música e o uso devido dos instrumentos na adoração, estou alertando acerca de
um problema que aparece cada vez mais em nosso meio. Sinto uma profunda
tristeza ao ver que em muitas de nossas reuniões esta profecia já está se
cumprindo.
Para alguns grupos musicais o importante é o ‘show’,
o espetáculo, e não a adoração a Deus. Para outros, o êxito da apresentação é
medido pela reação dos espectadores, sendo sinal de sucesso o balançar das
mãos, palmas acompanhando o ritmo, e ao final da música, à semelhança de qualquer
banda de rock, a explosão da multidão em gritos e assobios. Estas reações, e eu
mesmo já as presenciei, são semelhantes às que se vê nas reportagens de grupos
musicais seculares, com a diferença de que pretende-se estar prestando um culto
a Deus.
Note o que ainda diz Ellen White sobre este
assunto: “O Espirito Santo nada tem que ver com tal confusão de ruído e da
multidão de sons como me foram apresentados em janeiro último [referindo-se à
música do movimento da "Carne Santa"]. Satanás opera entre a algazarra
e a confusão de tal música, a qual, devidamente dirigida, seria um louvor e
glória para Deus. Ele torna seu efeito qual venenoso aguilhão da serpente”.
Mensagens Escolhidas, Vol. 2, pág. 37.
Meu querido, é este o tipo de culto que vai levar
alguém a aproximar-se de Deus? Ele mesmo já declarou que o Espírito Santo não
tem nada a ver com tal confusão. É Satanás quem está ali, podendo usar até boas
pessoas para que o verdadeiro culto não aconteça. Veja o terrível risco que se
corre ao brincar com estas coisas: “Esses [em Indiana], foram arrastados por
um engano espírita“, afirmou a Ellen G. White, referindo-se ao episódio.
(Evangelismo, pág. 595).
Até quando ficaremos covardemente calados diante do
que está acontecendo em nosso meio? Quem vai se levantar e, com amor, ensinar a
estes bons irmãos sobre qual é a vontade da Deus acerca deste assunto? Até
quando seremos alimentados com músicas que não nos aproximam de Deus, mas nos
ferem?
Eu suplico ao meu Deus que abra os nossos olhos
para que vejamos o perigo que está nos rondando e o engano que Satanás está
tentando introduzir em nosso meio, de forma sutil, lenta e gradual, muitas
vezes. A profecia diz que haveriam muitos gritos, música e dança, mas a
pergunta que cada filho de Deus precisa fazer é: serei eu o cumpridor desta
profecia? Note o alerta feito por Deus: “Essas coisas que aconteceram
no passado hão de ocorrer no futuro. Satanás fará da música um laço pela
maneira por que é dirigida”. Mensagens Escolhidas, Vol. 2, pág.38.
(Grifo nosso). A profecia, feita a mais de cem anos, é mais um indício de
que estamos vivendo no fim da história deste mundo. A profecia esta aí, mas
quem a cumprirá?
Eu espero que nenhum de nós seja o cumpridor desta
triste profecia, mas que as nossas músicas nos cultos, tenham um único
objetivo, que é o de exaltar ao nosso Criador; que todos os que receberam
de Deus o dom de cantar, usem-no somente para engrandecer ao Doador da voz e ao
Criador da música; que Ele seja o único a ser louvado com as músicas
apresentadas, e que os espectadores possam ao término de cada música, estar
mais perto de Jesus; que a boa música prevaleça em todas as nossas reuniões
campais, congressos e camporis. Onde Deus for adorado, que ali tenhamos sempre
o melhor, para o Melhor: Deus.
Por Pastor Élbio Menezes –Ex-Presidente da
Associação Catarinense
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